(Barras – Piauí)
09 de Julho de 1961. Um dia especial. Enfim Alda Rodrigues iria subir ao altar com o noivo tão amado. Por volta das seis da manhã inúmeros convidados já se encontravam diante da casa do seu Manoel Cearense, o pai da noiva, no povoado Luís de Sousa, localizado na zona rural da cidade de Barras. Para Alda, valera a pena, afinal, guardar-se virgem e intocada por tanto tempo. Finalmente iria poder casar toda de branco na Igreja de Nossa Senhora da Conceição.
A caravana partiu rumo à cidade e, após alguns minutos em um rancho que hospedava na cidade pessoas do interior para que se dessem os últimos retoques na arrumação da noiva e das damas de honra, o cortejo festivo logo chegou ao templo religioso, onde haveria de se realizar a cerimônia. Depois de algum tempo necessário aos ritos, o sacerdote logo declarou os noivos marido e mulher.

A hora agora era de festa. Os convidados rumavam em retorno ao povoado em que morava a noiva. Na casa de seu Manoel Cearense seria ofertado um almoço aos convidados. A poucos metros da ponte de madeira que ficava sobre o rio Maratoan, contudo, o destino alterou todos os planos de forma trágica. Um ônibus misto com destino a Teresina colheu a jovem noiva que transitava em uma montaria ao lado dos pais e do marido, lançando-a longe sem vida.
A comitiva inteira entrou em desespero, principalmente pais e esposo, que nada puderam fazer além de chorar. O motorista do ônibus, apesar de ter se entregado à polícia, nunca foi preso. A comunidade de Luiz de Sousa inteira chorava e o que deveria ser uma festa tornou-se um velório. O sepultamento se deu em um cemitério da localidade em que morava.
Alda morrera sem conhecer a vida de casada, conservava a inocência de menina, e pela morte trágica e dolorosa, logo se viu, em seu suplício, convertida em santa pelo povo da região. No local em que perdeu a vida, após algum tempo, foi erguida uma capelinha em
sua homenagem por um senhor de nome Uchoa que dizia ter sido atendido por ela em suas preces.

A fé e devoção do povo Barrense nessa alma santa é consequência dos milagres que o povo a ela atribui. Até hoje, a capelinha erguida no lugar do acidente e o seu túmulo no cemitério, são visitados todos os dias por fiéis devotos que, em sinal de agradecimento pelas graças alcançadas, acendem velas, depositam ex-votos e oram por sua santa alma milagrosa.
FONTE:
TEXTO: JOSÉ GIL BARBOSA TERCEIRO
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