(Picos – Piauí)

Por volta dos anos de 1930, na cidade de Picos, a qualquer hora do dia era possível cruzar com esse ente. Um peba do tamanho de um homem, postado em pé nas patas traseiras, aparecia dançando entre pulos e risarias enquanto cantarolava a seguinte canção:
“- Cadê o peba, João?
Tá no buraco,
Tá no de cima
Tá no de baixo”.
“Compadre peba,
por ser muito dançador,
entrou na sala de dança,
pisou na rola e quebrou”.
Um bicho dançador, cantando música tão imoral enquanto segurava em suas partes íntimas, pro povo daquele tempo só podia ser uma figura do cão, de modo que a criatura causou muito medo na região.
Fontes Ibiapina acredita que seja ele uma das espécies de duendes piauienses. Já Rafael Nolêto, adepto do Piaganismo, o define como um deus-tatu das matas do nosso estado. Ressalta ele, inclusive, que o tatu é um animal há muito venerado no Piauí, mesmo desde os tempos da pré-história, quando foi representado em diversas pinturas rupestres sendo associado a ritos de caça e momentos de socialização entre os homens pré-históricos piauienses.
FONTE:
IBIAPINA, João Nonon de Moura Fontes. Crendices, Superstições e Curiosidades Verídicas no Piauí. Teresina: Fundação Cultural Monsenhor Chaves, 1993.